Por Luan Gabellini
Do cafezinho de manhã ao vinho à noite, passando por livros, alimentos, mobílias e até sex toys. Em comum entre esses produtos está a possibilidade de adquiri-los de forma recorrente, isto é, a partir da assinatura de diversos clubes que se espalham pelo comércio eletrônico nacional. A pandemia de covid-19 foi um boom para este segmento. Com a impossibilidade de ir até à loja para adquirir os itens que mais gostam, os consumidores descobriram que poderiam encomendá-los todos os meses no conforto de suas casas com uma compra única. Dessa forma, não se trata mais de perguntar até quando essa tendência estará em alta, mas sim até aonde ela pode chegar no país.
Para se ter uma ideia, um levantamento em nosso banco de dados indica que os clubes de assinatura cresceram 32% no Brasil apenas no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior – são 350 novos negócios criados apenas nos três primeiros meses do ano. Em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2020), o crescimento foi de 15% no faturamento total. Em 2020 houve um aumento de 60% neste modelo, com uma média de 600 novos assinantes todos os dias. Em cinco anos, o número de empresas que atuam neste mercado passou de 300 para mais de 4 mil.
É importante ressaltar que o modelo de assinaturas não é algo recente. Os jornais são grandes exemplos desse formato: são entregues a seus assinantes todos os dias desde o início do século 20. Contudo, poucos negócios se adaptaram tão bem à digitalização dos hábitos de compra das pessoas quanto este. Os consumidores perceberam que em vez de visitarem os estabelecimentos atrás dos produtos que sempre compram (correndo o risco de encontrar prateleiras vazias), é mais vantajoso assiná-los digitalmente com um único pedido e receber no prazo combinado em suas residências. A ascensão da Netflix coincide com esse momento por trazer filmes e séries a qualquer hora do dia com uma única conta.
Em um primeiro momento, era um negócio restrito a nichos específicos, principalmente aqueles que remetiam a coleções. Livros, vinhos e cafés, itens que costumam ser consumidos periodicamente por quem é fã deles, souberam ocupar as posições iniciais de destaque há alguns anos. Mas depois, com a consolidação e maturidade do segmento, novos empreendedores migraram para este modelo e passaram a expandir a atuação. Roupas, alimentos como carne de churrasco, produtos para animais domésticos e até móveis como cadeiras e mesas para casas e escritórios ficaram disponíveis a consumidores com poucos toques na tela. Praticamente tudo pode ser adquirido de forma recorrente no Brasil.
Dois pontos ajudam a explicar essa expansão e aderência de novos segmentos aos clubes de assinatura. O primeiro deles remete justamente à aceitação dos consumidores em relação ao comércio eletrônico. Por necessidade ou vontade, mais e mais brasileiros passaram a comprar produtos pela internet – ao todo, 13 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra on-line em 2020, segundo o relatório Webshoppers, da Ebit/Nielsen. Com experiência bem sucedida, eles ganham confiança em compras futuras – a ponto de cogitarem até mesmo a aquisição via assinatura daqueles itens que consomem periodicamente.
A segunda questão, evidentemente, é tecnológica. Se antes o Brasil não tinha toda uma estrutura adequada para lidar com a alta demanda deste segmento, hoje a situação se inverteu. As soluções estão cada vez mais elaboradas e são programadas especificamente para as compras recorrentes. Isso garante não só uma experiência de compra melhor para as pessoas, como também traz mais agilidade e eficiência nos processos internos da empresa.
Em suma: há um ecossistema maduro, consolidado, com soluções tecnológicas em pleno funcionamento e amplamente aceito pelos consumidores. Trata-se de um cenário dos sonhos para qualquer empreendedor. Isso explica o crescimento que os clubes de assinatura registraram no Brasil nestes últimos anos e reforça a ideia de que continuarão em alta nos próximos meses e anos. Afinal, eles entregam tudo aquilo que o consumidor mais deseja: conveniência, praticidade, experiência e qualidade. O céu é o limite!
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Autor: Luan Gabellini é sócio-diretor da Betalabs, empresa especializada em tecnologia para e-commerce e clubes de assinatura – e-mail: betalabs@nbpress.com
Sobre a Betalabs - Criada em 2011 por Luan Gabellini e Felipe Cataldi, a Betalabs é uma empresa de tecnologia especializada na oferta de soluções para e-commerce e clubes de assinatura. Inicialmente focada no desenvolvimento de projetos sob medida em cloud computing, atualmente a empresa oferece uma única plataforma a seus clientes, mas com diversas funcionalidades e possibilidades de integração com outras tecnologias, como marketing e logística. Entre os recursos disponíveis estão plataforma de e-commerce para lojas virtuais, plataforma específica para clubes de assinatura, ERP Cloud e integração com marketplaces. Mais informações, acesse: www.betalabs.com.br
Fonte e foto: NB Press Comunicação
Imagem: mohamed_hassan por Pixabay
"Assinaturas de tudo": até onde pode chegar este mercado no Brasil?
Reviewed by Tati Klebis
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08:56
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