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A superespecialização e seus perigos


Em todas as áreas, há cada vez mais opções de cursos, livros, palestras e atividades voltadas para o enriquecimento do currículo. Começando pela graduação, a vida profissional prossegue para a pós-graduação, cursos de línguas, extensão, atualização e, para os cada vez mais comuns, mestrado e doutorado.

Segundo Fábio Zugman, autor de livros como “Criatividade sem Segredos” e “Empreendedores Esquecidos”, se por um lado a especialização proporciona boas oportunidades, por outro lado é preciso tomar muito cuidado. Na prática, vemos muitos profissionais se especializando continuamente, sem pensar criticamente no valor real que essas atividades agregam em sua prática profissional. Segundo o autor, é comum encontrarmos profissionais em “piloto automático”, circulando continuamente por cursos e seminários na esperança de se tornar um profissional de sucesso.

O problema, segundo o autor de “Empreendedores Esquecidos”, é que não é só o foco nas habilidades técnicas que forma um bom profissional. O profissional que está sempre se perguntando o que o mercado quer e se atualizando pode até possuir uma dianteira perante seus concorrentes acomodados, mas ainda assim, se tudo que a pessoa faz é pensando no que o mercado exige, o tiro pode sair pela culatra.

O primeiro motivo é que nem sempre toda especialização é remunerada. Alguém que faz um curso pensando em uma remuneração ou melhora de situação imediata pode estar se iludindo - diz Fábio Zugman. O Segundo motivo é que o profissional que só foca no que o mundo espera dele pode acabar se perdendo no processo - O mundo hoje oferece muitas opções, um profissional motivado apenas pelo mundo exterior pode sentir que está sempre ficando para trás, já que nunca conseguirá acompanhar todas as novidades e opções de aprendizado. Em terceiro lugar, muitos profissionais exageram no foco em relação às habilidades específicas, e acabam se tornando bitolados. É sempre bom variar. Você pode se atualizar em sua área, mas que tal estudar um pouco de filosofia, conhecer pessoas diferentes e adquirir uma habilidade nova, não relacionada com a sua profissão?. Segundo o autor, habilidades variadas e novas experiências tornam o profissional mais criativo, flexível e melhora o desempenho em lidar com situações inesperadas.

Por ultimo, é bom lembrar que é preciso haver um equilíbrio. O foco excessivo na carreira costuma cobrar seu preço em outras áreas da vida. De nada adianta buscar o sucesso se o preço disso for uma saúde debilitada e perdas na vida pessoal. Todo profissional lida com pessoas. É preciso lembrar que por mais exigente que você seja, você também é humano. Muitos acham que é preciso abrir mão da vida pessoal para chegar ao sucesso, mas isso é um erro. A maioria das pessoas procura bons profissionais, que entendam seus medos e problemas. Um profissional com uma vida pessoal equilibrada estará mais bem preparado para lidar com o público do que alguém que deixou isso de lado durante o processo. Completa, Fábio Zugman.

Qual a lição, então? Lembre-se que aquilo que chamamos de trabalho, é algo que um dia decidimos fazer não só para ganhar dinheiro, mas porque nos apaixonamos por aquilo. De vez em quando, é preciso parar de pensar na competição, diminuir o foco no mundo exterior, e passar a curtir o nosso trabalho. Finaliza o autor.

Autor: Fábio Zugman é paulistano e tem 31 anos. É professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. É autor dos livros Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011); Administração para profissionais liberais (Elsevier, 2005); Governo eletrônico: saiba tudo sobre essa revolução (Livro pronto, 2006); O mito da criatividade (Elsevier, 2008); e coautor de Dicionário de termos de estratégia empresarial (Atlas, 2009); Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).
Fonte: Iara Filardi Assessoria de Imprensa - www.iarafilardi.com
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