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Desafios do desenvolvimento de novos produtos na nuvem

    

Por Glauco Volpe

A engenharia e o design baseado em cloud não eram prioridade do setor industrial, mas, durante a pandemia de Covid, esse cenário mudou, fazendo com que o desenvolvimento de novos produtos seja um dos mais importantes usos na nuvem na Indústria. Sob o ponto de vista de infraestrutura, essas mudanças são bastante expressivas quando consideramos a estabilidade e a disponibilidade de toda a infraestrutura em nuvem, já que a demanda aumentou muito, especialmente para soluções em e-commerces e comunicação nas empresas, por exemplo. Isso fez com que novas tecnologias fossem surgindo, na tentativa de suprir essa necessidade e prover o incremento na capacidade de processamento, storage, conexões e segurança dos recursos. Para obter o máximo dessa funcionalidade, no entanto, é necessário reformular a arquitetura das soluções, os processos de negócios e pensar novas maneiras de desenvolver soluções ainda mais modernas e efetivas.

De acordo com a pesquisa Cloud Radar, feita pela Infosys neste ano, o desenvolvimento de novos produtos é o segundo caso de uso mais popular da nuvem. Isso porque o mundo está consumindo mais tecnologia em um ritmo acelerado, seja para ampliar a competitividade em vendas ou mesmo manter a prática do "work from anywhere" (trabalhe de onde estiver, em tradução livre). No setor de saúde, os atendimentos também passaram a ser feitos de forma virtual, otimizando o tempo e permitindo o acompanhamento de pacientes mesmo à distância. Outros exemplos são os desenhos técnicos de arquitetura e peças, os compromissos com o Judiciário e até demandas logísticas, que estão utilizando cada vez mais recursos aliados à tecnologia.

Em resumo, vender, comprar, entregar, atender... tudo precisa de tecnologia. Além disso, uma infraestrutura confiável, disponível e segura é fundamental para essas inovações. A indústria manufatureira enfrenta uma enorme pressão para mudar tanto do lado da oferta quanto da demanda. Do lado do fornecimento, as empresas precisam colaborar com vários parceiros para desenvolver produtos com mais rapidez, oferecendo rastreabilidade e atendendo às regulamentações. Do lado da demanda, os clientes insistem em produtos de melhor desempenho e ainda acessíveis - e eles os desejam rapidamente.

Em muitos casos, os fabricantes recorreram à nuvem - e às tecnologias digitais que ela pode possibilitar - para melhorar o desenvolvimento de novos produtos e acelerar o tempo de chegada ao mercado. No entanto, a migração para a nuvem ainda tem sido lenta para o setor de manufatura, que está atrás de quase todos os outros setores na adoção da tecnologia cloud. O recente guia de gastos em nuvem da IDC descobriu que o SaaS (Software-as-a-Service) respondeu por apenas um quarto de todos os aplicativos corporativos entre os fabricantes.

O que acontecia é que os fabricantes de softwares e a Indústria hesitavam em usar a nuvem para o design de novos produtos e tarefas de engenharia associadas por vários motivos, incluindo preocupações sobre a segurança de dados e propriedade intelectual (IP). Regulamentações cada vez mais complexas também impactam em como os dados são armazenados, especialmente em como são protegidos fora do local de origem, por exemplo. Outro ponto importante é que as empresas também encontraram obstáculos técnicos, incluindo integração de sistemas de desenvolvimento de produtos com outros aplicativos corporativos, portabilidade entre sistemas, disponibilidade de sistema e desempenho.

No entanto, agora, esses fabricantes indicaram que planejam acelerar essa transição significativamente. A pandemia - juntamente com os avanços na computação em nuvem e a crescente complexidade dos produtos - criou um ponto de inflexão para o desenvolvimento de produtos baseados na nuvem. Isso significa que os benefícios da nuvem foram amplificados pela necessidade de trabalho remoto e colaboração entre funções, departamentos, locais e até mesmo organizações. A partir disso, os aplicativos em todo o ciclo de vida do produto passaram a ter a possibilidade de ser acessados com segurança de qualquer lugar e em qualquer dispositivo. Outros benefícios incluem elasticidade de computação, flexibilidade para integração com outros aplicativos e economia de tempo e de custos.

O que quero dizer é que muitas dessas novidades já se provaram funcionais. Agora, estamos passando por uma fase de adaptação, porque a pandemia mostrou a deficiência na cadeia de suprimentos de chips (semicondutores) e, por consequência, na entrega de hardware, ou seja, equipamentos físicos. No meio disso, muitas fábricas de equipamentos para tecnologia acabaram paradas por conta dos efeitos desse período, que afetou a logística como um todo e a produção, obrigando as empresas a repensarem seus negócios, desde cadeias de suprimentos até locais de trabalho.

Foram essas mudanças que levaram as empresas à nuvem, onde o ceticismo do passado foi, aos poucos, sendo abandonado. Hoje, a necessidade é que os fabricantes tradicionais pensem, planejem e apliquem uma abordagem nativa da nuvem para explorar totalmente as vantagens que ela oferece. A nuvem não deve ser vista apenas como uma forma alternativa de computação, mas como uma plataforma muito mais capaz. As empresas nativas da nuvem têm a oportunidade de projetar suas soluções, processos de negócios e talentos alinhados com uma abordagem de nuvem desde o início. Mas, para alcançar o sucesso nessa demanda, é preciso, antes de mais nada, compreender que ainda vamos enfrentar um momento de deficiência de insumos e de capital intelectual humano, o que deve levar cerca de cinco anos para ser solucionado.

E é aí que entra o nosso trabalho como especialistas no setor. A Infosys tem um foco muito grande em estruturar processos de transformações digitais - que acreditamos que precisa ser híbrida. Nosso approach, por meio de um olhar estratégico, especialmente com relação a gerenciamento de ambientes híbridos, nos permite acompanhar essas transformações de maneira consolidada e reduzindo o custo das soluções, pois migrar para a nuvem, muitas vezes, não é a solução mais barata. Por isso, os processos de governança ajudam a prever custos e ter isso mais esclarecido para que as empresas saibam o quanto investir.

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Autor: Glauco Volpe é head de cloud, infraestrutura e segurança da Infosys Brasil.
Fonte: RPMA Comunicação
Imagem de Tumisu por Pixabay
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