Cartão de crédito Private Label alavanca vendas no varejo

A lucratividade do setor brasileiro de cartões deve alcançar US$ 4 bilhões neste ano e representa o terceiro melhor indicador mundial, atrás apenas da de Canadá e Estados Unidos. Atentos a esse lucro expressivo, empresas brasileiras investem no chamado private label e tentam abocanhar novas fatias no mercado.

“Os cartões private label são cartões de crédito emitidos por um varejista e usualmente válidos apenas para a realização de compras com este varejista ou em qualquer estabelecimento credenciado. São diferentes dos cartões de crédito de uso genérico, pois não têm uma bandeira de aceitação universal em todo o comércio, tais como as bandeiras Mastercard, Visa e American Express”, explica o advogado especialista em finanças e recuperação de crédito, Dr. Luiz Felizardo Barroso, diretor da Cobrart – Gestão de Ativos.

De acordo com estudo feito pela consultoria britânica Lafferty, a lucratividade do segmento de cartões no Brasil atingiu US$ 3,75 bilhões em 2009, a uma média de US$ 20 por cartão. A consultoria apontou que o crescimento anual do segmento de cartões no Brasil na faixa entre 20% e 25% é moderado frente à performance da Índia (30%), da Turquia (45%) e da Rússia (55%).

“O private label é um instrumento que alavanca vendas no varejo sendo um carnê altamente sofisticado. Na hipótese do inadimplemento momentâneo do usuário do private label, uma vez que ele quite o débito, o crédito é imediatamente restabelecido. Outra vantagem é que ele é um instrumento de fidelização da clientela por ser prático, dispensando o dinheiro em espécie, como pela possibilidade de melhor planejamento e contabilização de gastos”, define Felizardo Barroso.

Quem espera fazer bons negócios no Brasil é a Tsys, processadora líder de cartões nos Estados Unidos e na Inglaterra. A companhia americana, que fatura anualmente US$ 1,7 bilhão com o processamento de 720 milhões de cartões para 370 clientes em 85 países, acabou de concluir seu projeto de converter toda a base de private label dos cartões Carrefour no Brasil, que se diz preparado para alcançar 12 milhões de usuários no próximo ano. A concorrente Renner também vê a possibilidade de adicionar mais 5 milhões de clientes nos próximos anos à sua base atual de 16 milhões de cartões emitidos.

De acordo com o advogado, empresas que desejam oferecer esse tipo de facilidade devem entrar em contato com administradoras de cartões de crédito.

“Não pode, contudo, a administradora ou emissora dos cartões operar na captação de poupança popular; conceder empréstimos ou desenvolver outras atividades privativas de instituições financeiras. O pagamento por meio do cartão de crédito, cresceu sobremaneira nos últimos anos, seja em razão da própria publicidade desenvolvida pelas instituições financeiras e pelas administradoras de cartão, seja em razão da insegurança que faz com que as pessoas deixem de sair de casa com grandes quantias em dinheiro”, indica Luiz Felizardo Barroso.

Serviço:
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